| A produção industrial aumentou 1,1% em abril com relação a maio, na série com ajuste sazonal, segundo os dados divulgados hoje pelo IBGE. Com esse resultado, a indústria cresceu, ainda que de modo bastante tímido face à queda ocorrida no último trimestre de 2008, pelo quarto mês consecutivo, acumulando aumento de 6,2% neste ano com relação a dezembro de 2008. Assim, embora longe de recuperar a queda anterior de 20,0%, a produção industrial apresenta um quadro de ajuste positivo, o qual pode abrir caminho para uma recuperação no segundo semestre deste ano. Isso não significa dizer que a indústria conseguirá, infelizmente, fechar o ano com desempenho favorável - no acumulado dos últimos doze meses terminados em abril, a produção industrial já encolheu 3,9%. Mas, o mês de abril mostra que a produção industrial parou de cair de forma generalizada. De fato, em todas as categorias de uso, inclusive em bens de capital, houve variação positiva da produção em abril com relação a março, na série com dados livres dos efeitos sazonais. Os segmentos com os melhores resultados foram bens de consumo duráveis (2,7%) e bens de capital (2,6%). O desempenho das demais categorias foi o seguinte: bens intermediários (1,1%) ficou igual à média da indústria, enquanto bens de consumo semi e não duráveis assinalou aumento de 0,3%. Ainda na mesma comparação, ao se desagregar mais as atividades produtivas, observa-se aumento da produção em dezesseis dos vinte e sete ramos pesquisados pelo IBGE. Entre eles, cabe destacar os desempenhos de veículos automotores (3,3%), metalurgia básica (5,1%), borracha e plástico (6,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,3%), produtos de metal (6,8%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (5,2%). Na comparação com abril de 2008, a produção industrial brasileira registrou um recuo de 14,8%, o sexto mês consecutivo com redução. É uma queda bastante expressiva, a qual, no entanto, deve ser relativizada. Em primeiro lugar, a base de comparação é muito alta: em abril de 2008 com relação a abril de 2007, a produção cresceu 10,0%, uma das maiores taxas de variação nessa comparação para esse mês. Em segundo lugar, é importante assinalar que, em abril de 2009, houve um menor número de dias úteis (20 dias) com relação a abril de 2008 (21). A queda real deve girar em torno de 13,0%. Mesmo diante dessa ressalva, é fato que os setores da indústria brasileira sofreram fortes reveses com relação a abril de 2008: a produção de bens de capital caiu 29,3% - com queda em todos os seus subsetores, destacando-se bens de capital para uso misto (-33,9%) e bens de capital para transporte (-15,4%); no segmento de bens de consumo duráveis, houve recuo de 21,6%; a produção também apresentou queda nos segmentos de bens intermediários (-15,5%) e de bens de consumo semi e não duráveis (-4,2%). Leia aqui o texto completo desta Análise
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