CEBC Alerta - Informativo 55 - abril de 2016
Melhora da economia chinesa no primeiro trimestre sugere que estabilização no curto prazo é o atual objetivo das políticas econômicas
Fabiana D'Atri - Economista Coordenadora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco e Diretora de Economia do CEBC.
- Há praticamente um mês, defendíamos que era precipitado apostar em uma melhora mais sustentável da economia chinesa. Desde então, diversos indicadores econômicos e preços de mercado sustentam uma recuperação na passagem do primeiro para o segundo trimestre. De fato, após a intensificação dos estímulos monetários e fiscais nos últimos meses, a economia chinesa deu sinais mais favoráveis, deixando as preocupações de uma desaceleração mais pronunciada para trás. Apesar disso, continuamos acreditando que essa retomada, ora em curso, tende a ser temporária.
- Seguimos cautelosos, uma vez que a estabilização no curto prazo tem sido prioritária em detrimento dos desafios estruturais postergados. Além disso, caso os ajustes estruturais sejam endereçados – com avanço das reformas, redução da elevada alavancagem e fechamento da capacidade produtiva –, esses trarão consequências para a economia, com destaque para o aumento do desemprego e a necessidade da reestruturação de empresas, que limitam um crescimento mais intenso à frente. Assim, entendemos que a expansão do PIB neste ano será de 5,8%, menor do que o intervalo de 6,5% a 7,0% estabelecido pelo governo.
- Acreditamos que (i) o desempenho dos segmentos de infraestrutura e do setor imobiliário, (ii) o monitoramento da saída de capitais e da taxa de câmbio, (iii) as perspectivas para o impulso fiscal e creditício, (iv) a velocidade do fechamento de capacidade instalada e (v) as possibilidade de sucesso do programa de reestruturação das dívidas das empresas, com troca de dívidas por ativos, se colocam hoje como os principais vetores para a economia chinesa neste ano.
Cordialmente,
Secretaria Executiva
Conselho Empresarial Brasil-China
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