Missão comercial projeta US$ 1,5 bilhão em exportações e novos investimentos entre Brasil e China
PEQUIM [ ABN NEWS ] — O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE), divulgaram, nesta terça-feira, 12 de abril, os resultados da Missão Comercial à China (Hong Kong e Pequim), que teve início no dia 7 de abril e terminou nesta terça-feira (12).
No total, as projeções das exportações das empresas que participaram da Missão e de novos investimentos entre Brasil e China superaram US$ 1,5 bilhão.
O anúncio foi feito pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, durante o "Seminário Empresarial Brasil-China: para além da complementaridade", organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo MRE como parte da programação da visita oficial da presidenta Dilma Rousseff à China.
"O total de investimentos chineses no Brasil e a previsão de novas exportações à China anunciados durante a visita da Presidenta confirmam o cenário favorável para essa relação estratégica que pretendemos estabelecer. Sabemos que o consumidor chinês demanda cada vez mais qualidade, e nós queremos ser, também, um parceiro tecnológico e inovador com a garantia de agregar maior valor aos nossos produtos e promover o crescimento da indústria brasileira", afirmou o ministro Fernando Pimentel aos empresários e às autoridades que acompanham as missões, como o ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, e o presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges.
As mais de 40 empresas e entidades setoriais participantes da missão comercial organizada por MDIC e Apex-Brasil estimam exportações de US$ 120 milhões para os próximos 12 meses. Integraram a comitiva empresários, representantes de entidades, tradings e comerciais exportadoras dos complexos de agronegócios (café, carnes, sucos, alimentos industrializados, vinhos, entre outros) e moda (indústria têxtil e confecções, calçados, componentes para calçados e joias).
Na área de investimentos, também foram divulgados projetos nos setores de tecnologia da informação (TI) e alimentos. Entre os destaques, estão investimentos chineses de US$ 350 milhões em uma planta de processamento de óleo de soja na cidade de Barreiras (Bahia) e de cerca de US$ 300 milhões na construção de uma planta para produção de equipamentos de TI em Goiás. Os dois aportes de recursos foram feitos com apoio do Centro de Negócios da Apex-Brasil em Pequim.
Na área de investimentos diretos na China, a Marfrig, gigante do ramo de carnes, anunciou que investirá US$ 250 milhões na constituição de centros de distribuição no país asiático.
Também foram anunciados diversos acordos que servirão como base para expansão de novos investimentos de promoção das exportações brasileiras à China: parceria entre o Inmetro e o Instituto Nacional de Metrologia da China (NIM) para adaptação e trabalho conjunto de harmonização; busca de oportunidades no setor de energia, liderada pela Eletrobras e a State Grid Corporation of China ; acordo entre a Rede Bandeirantes e a chinesa CCTV para intercâmbio de programas de TV; cooperação técnica entre a Petrobras, a SinoChem e a Sinopec; e venda de 10 aviões E-190 da Embraer para a China South.
A missão
Em Hong Kong, entre os dias 7 e 9 de abril, a comitiva brasileira participou de várias rodadas de negócios com potenciais compradores chineses e empresas com sede em países do sudeste asiático (Tailândia, Vietnã, Cingapura, Indonésia e Malásia). As entidades conheceram o Hong Kong Trade and Development Council (HKTDC) e fizeram visitas técnicas ao porto de Hong Kong, um dos mais importantes do mundo, e a um supermercado, onde os brasileiros puderam conhecer de perto as especificidades dos produtos comercializados na região.
Já em Pequim, os empresários brasileiros tiveram a oportunidade de visitar o Centro de Negócios da Apex-Brasil na China, onde assistiram a uma apresentação de João Lemos, da Embraco, empresa brasileira que detém 20% do mercado mundial de compressores para refrigeração e que está presente na China há mais de 15 anos. Na segunda-feira, 11 de abril, a comitiva teve rodadas de negócios com chineses. E, no dia 12, o último da Missão com agenda organizada por Apex-Brasil e MDIC, as empresas se integraram à missão CNI / MRE e assistiram a seminários apresentados por diversos executivos e representantes de governo de Brasil e China, tendo sempre como tema as oportunidades de negócios e investimentos para brasileiros e chineses. A presidenta Dilma Rousseff discursou durante o evento e cumpre programação de viagem à China até o dia 15.
"A Apex-Brasil e o MDIC vêm trabalhando de forma sistemática para transformar em negócios as oportunidades na China, principalmente para produtos de maior valor agregado. Sabemos do grande potencial desse mercado e esperamos que essa Missão contribua para que a parceria comercial entre Brasil e China cresça ainda mais e de forma sustentável", afirma o presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges.
Apoio local ao exportador brasileiro na China
Desde maio de 2009, a Apex-Brasil mantém um Centro de Negócios (CN) em Pequim. A estrutura tem como objetivo orientar e apoiar o empresário brasileiro que pretende realizar negócios na China. O CN de Pequim trabalha para promover as exportações e a internacionalização de empresas brasileiras, oferecendo: estudos de inteligência comercial e competitiva, com a elaboração de relatórios de percepção de mercado customizados; promoção de negócios por meio da realização de missões comerciais, feiras, rodadas de negócios e visitas técnicas; e apoio à instalação local, auxiliando a empresa brasileira a abrir uma unidade na China.
O CN de Pequim já atendeu 94 empresas brasileiras, prestando informações sobre como negociar com os chineses, detalhando as oportunidades do mercado, organizando participações em encontros de negócios com os empresários chineses e oferecendo a estrutura física do CN para as empresas brasileiras que desejam manter representante no local.
Além da estrutura do CN de Pequim, a Apex-Brasil vem realizando ações de forma sistêmica e constante no mercado chinês, com vistas a promover as exportações brasileiras para o país asiático. Em 2009, foram realizados seminários de sensibilização em 52 províncias chinesas, com objetivo de mostrar oportunidades de negócios no Brasil. A Apex-Brasil também coordenou a montagem do pavilhão brasileiro na Exposição Universal de 2010 (em Xangai), que recebeu mais de 2 milhões de visitantes. Seminários de divulgação do café e dos calçados brasileiros também foram promovidos pela Agência na China.
Comércio Brasil-China
A China é hoje o principal parceiro comercial brasileiro. Em 2010, o Brasil exportou para os chineses US$ 30,785 bilhões e importou US$ 25,593 bilhões, resultando em superávit de US$ 5,192 bilhões. As vendas externas para a China no ano passado cresceram 46,57% em relação ao montante exportado em 2009 (US$ 21,003 bilhões).
Os principais produtos brasileiros comprados pelos chineses no primeiro bimestre de 2011 foram minérios de ferro não-aglomerados (US$ 2,115 bilhões), óleos brutos de petróleo (US$ 712 milhões), minérios de ferro aglomerados (US$ 319 milhões), pasta química de madeira (US$ 170 milhões), ferronióbio (US$ 82,731 milhões), outros grãos de soja triturados (US$ 52,941 milhões), pedaços e miudezas de galo e galinha congelados (US$ 50,012 milhões), pasta química de madeira para dissolução (US$ 38,938 milhões), veículos aéreos mais pesados (US$ 32,439 milhões) e óleo de soja em estado bruto (US$ 27,134 milhões).
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