segunda-feira, 19 de outubro de 2015

CEBC Alerta: desempenho atual da economia chinesa ainda sugere desafios importantes para os próximos trimestres



CEBC Alerta: 

Desempenho atual da economia chinesa ainda sugere desafios importantes para os próximos trimestres

Fabiana D'Atri*

Confirmando as expectativas, os indicadores econômicos do terceiro trimestre continuaram indicando a desaceleração da economia chinesa, puxada pelo fraco desempenho da indústria e dos investimentos. Ainda assim, o resultado do PIB do trimestre passado surpreendeu levemente as expectativas, com crescimento de 6,9% em relação ao mesmo período do ano passado frente à expansão esperada de 6,8%, após ter avançado 7,0% no segundo trimestre. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a alta foi de 1,8%, mantendo o ritmo do trimestre anterior, o que sugere um crescimento anualizado próximo de 7,5%.
 
Vale, contudo, lembrar que:
 
  1. Esse é o crescimento mais baixo registrado desde o primeiro trimestre de 2009 e está abaixo da meta de expansão do PIB de 7,0%, estipulada para este ano;
  2. O PIB nominal desacelerou de uma alta de 7,1% para outra de 6,2%;
  3. A produção industrial arrefeceu de uma expansão interanual 6,0% para outra de 5,7%, entre agosto e setembro;
  4. A tendência de enfraquecimento dos investimentos no setor imobiliário seguiu, acumulando alta de 2,6% no ano. 
 
Atentando-se aos demais dados referentes a setembro, temos que a produção industrial mostrou forte enfraquecimento em setembro, subindo 5,7% na comparação interanual, frustrando as expectativas (6,0%) e ficando bem abaixo do verificado em agosto (6,1%). Os investimentos em ativos fixos, por sua vez, acumularam alta de 10,3% no ano, abaixo do esperado (10,8%) e do acumulado até o mês anterior (10,9%). Na abertura do indicador, as inversões do setor imobiliário seguiram fracas, com ganho de 2,5% até setembro, frente à expansão de 12,5% registrada no mesmo período de 2014. Por fim, as vendas nominais no varejo continuaram resilientes, subindo 10,9% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano passado, em linha com as expectativas (10,8%) e com o observado em agosto (10,8%).
 
O reequilíbrio do crescimento da economia chinesa permaneceu presente no período. Assim, o setor de serviços manteve a tendência de impulsionador da economia, acelerando de um crescimento de 8,5% para 8,6% na passagem do segundo para o terceiro trimestre, ao passo que a indústria desacelerou de 6,0% para 5,8% na mesma base de comparação.
 
Entendemos que o PIB do quarto trimestre deverá manter essa tendência de desaceleração, com projeções apontando para expansão próxima a 6,5% nos últimos três meses deste ano.
 
Dessa forma, os desafios para a economia chinesa ainda são significativos para o restante do ano, tendo em vista que os estímulos adotados até agora não conseguiram reverter a tendência de perda de dinamismo da economia, decorrente do arrefecimento da indústria e da atividade de construção. De todo modo, acredita-se que a expansão fiscal e a aceleração da aprovação de projetos, ocorrida nos últimos meses, serão capazes de estabilizar a economia nos meses à frente, mas mantemos nossa visão mais cautelosa, com a continuidade da moderação do PIB, compatível com a expansão inferior a 7,0% em 2015 e a 6,0% em 2016.
 

Taxa de crescimento trimestral do PIB Chinês por setor (%)

Fonte: CEICDatabase.com                             Elaboração: CEBC

 

Clique aqui para acessar o PDF
 
* Fabiana D´Atri é atualmente economista coordenadora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco e Diretora de Economia do CEBC.


Cordialmente,

Secretaria Executiva
Conselho Empresarial Brasil-China







 






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