CEBC Alerta - Informativo 62 - setembro de 2016
Melhora da economia chinesa, mesmo que discreta, se deu de forma disseminada em Agosto
Fabiana D'Atri - Economista Coordenadora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco e Diretora de Economia do CEBC
- Contrariando as expectativas quase consensuais de desaceleração nesta segunda metade do ano, a economia chinesa exibiu sinais mais favoráveis em agosto. O resultado de todos os indicadores referentes ao período surpreendeu de forma positiva, o que sugere desempenho mais forte do que esperávamos neste trimestre. Ainda que possa haver razões pontuais, entendemos que a aceleração dos projetos de infraestrutura, garantida por uma política fiscal mais ativa, foi a propulsora dessa melhora, revertendo o desempenho mais fraco de julho. Ao mesmo tempo, as concessões de crédito se mantiveram fortes, indicando que a política monetária também suportará a economia nos próximos meses.
- Há ainda vetores de baixa consideráveis para o desempenho da economia chinesa. Os números também não são tão animadores, ainda mais quando consideramos que o governo segue "fazendo mais do mesmo", desde os riscos de uma desaceleração mais forte na passagem de 2015 para 2016. A forte expansão do crédito, através da injeção de liquidez no sistema financeiro, foi o impulso do primeiro semestre, e agora está lançando mão novamente de infraestrutura. Mesmo que saibamos dos riscos desse modelo e que as reformas permaneçam avançando em ritmo lento, o mercado será tolerante enquanto o crescimento estiver dentro – ou até acima – do esperado.
- Parece-nos que a razão central que tem garantido essa estabilidade da economia é a transição do Congresso que ocorrerá no final ano que vem. Diante da proximidade dessa importante mudança da cúpula do Partido Comunista, o governo tem priorizado manter a economia saudável, postergando reformas estruturais – que poderiam implicar alguma perda de crescimento. Além disso, buscando apoio para ano que vem, importantes líderes regionais têm sido trocados, à medida que o presidente Xi Jinping segue consolidando poder. Assim, a expansão do PIB deste ano deve ficar dentro da meta de 6,5% e, para o ano que vem, por ora, projetamos apenas discreta desaceleração.
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Cordialmente,
Secretaria Executiva
Conselho Empresarial Brasil-China
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